Grandes mudanças no futuro de Bjarke Ingels e do BIG

"A melhor coisa de ser um arquiteto", disse Bjarke Ingels, "é que você constrói edifícios."

O público na estréia mundial do aguardado documentário BIG TIME riu da declaração aparentemente óbvia. Mas Ingels explicou-se: construindo edifícios, os arquitetos ocupam a posição única de serem capazes de adicionar ao ambiente construído as "combinações mais improváveis" que, em última instância, "moldam o mundo." Ele parece impressionado com o conceito - o mesmo sentimento retratado em BIG TIME como o arquiteto projeta o arranha-céu que vai mudar o horizonte de Nova York.

O arquiteto dinamarquês já foi objeto de pelo menos dois outros documentários amplamente divulgados: um filme sobre a 8-House intitulado The Inifinite Happiness, e seu próprio episódio de Abstract, a série da Netflix que apresenta a vida de artistas e criadores. BIG TIME, no entanto, se destaca por suas intenções não convencionais; ao contrário da maioria dos filmes de arquitetura que enfatizam projeto e construção, este documentário tem como objetivo retratar seu "objeto" como um todo, abordando questões mais íntimas em relação aos sacrifícios que vêm com o sucesso estratosférico que Ingels tem experienciado desde que iniciou a empresa há 15 anos.

Cortesia de DOXBIO

Raramente você poderá ver um arquiteto de renome mundial em um hospital, entrando em uma máquina de ressonância magnética, ou no banco de trás de um táxi abraçando sua companheira, mas essas cenas estão presentes no filme e conseguem humanizar o personagem.

No entanto, nem tudo no filme se resume à vida pessoal de Bjarke - outro aspecto que o documentário parece interessado em explorar é o valor da inovação e transcendência na arquitetura. Em determinado momento, Ingels fala sobre a ironia de projetos antes vistos como inovadores tornando-se mais tarde petrificantes para a arquitetura, especificamente no que diz respeito ao modernismo. Ele também menciona a Ópera de Sydney - que ele considera o edifício mais facilmente reconhecível do mundo - dizendo que todo arquiteto sonha em construir um dia sua própria Ópera de Sydney.

Em uma entrevista exclusiva para o ArchDaily, realizada um dia após a estréia, Ingels disse:

"Acho que digo isso no filme mas, mesmo que eu trabalhe até morrer, talvez façamos 200 edifícios e isso já será muito. Mas 200 edifícios em um planeta de 7 bilhões de pessoas não é muito. Assim, a verdadeira maneira de ter um impacto na vida de muitos é se o que você fizer for, de alguma forma, escalável, replicável, ou inspirador."

Assista à entrevista completa acima (para mudar as legendas, clique no ícone da engrenagem).

BIG TIME foi o filme que abriu o Copenhagen Architecture Festival no dia 26 de abril e estreou em mais de 50 salas de cinema de toda a Dinamarca na semana seguinte. 

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Sobre este autor
Cita: Zatarain, Karina. "Grandes mudanças no futuro de Bjarke Ingels e do BIG" 09 Mai 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/870899/grandes-mudancas-no-futuro-de-bjarke-ingels-e-do-big> ISSN 0719-8906

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